Pois é, não sou. Confundo as tripulações. Para mim Jean-Luc Picard e James Kirk podiam ser irmãos! Não percebo como é que os klingons passaram de inimigos a amigos intergalácticos. Não vi os nove filmes «aguados» nem sei que a Next Generation é um subproduto. Também desconheço por completo que cenas decalca espectacularmente J. J. Abrams das séries precedentes. E, além disso, também não faço ideia se o filme, aliás, o «tributo» que acabei de ver é uma autêntica «injecção de vida» e uma verdadeira ressurreição dos melhores momentos das séries e não faço ideia se o George Lucas ficou verde de inveja por não ter conseguido o mesmo efeito nos últimos Star Wars.
No entanto, sei que vi um bom filme e que J. J. Abrams despertou em mim uma empatia do caraças pelas várias personagens de Star Trek. Na minha fila, pessoas aplaudiram mal viram Leonard Nimoy no grande ecrã e havia fanáticos boquiabertos no final. Um deles estava mesmo ao meu lado e olhem que, a avaliar pelas suas mensagens telegráficas de entusiasmo (entrecortadas pelos olhares faiscantes que me lançou quando tive a ousadia de lhe fazer esta pergunta: «Dantes o Scotty não era um tipo de cor com uma bandolete nos olhos?»), este filme vai fazer as delícias dos fãs e, tendo em conta o ar feliz com que saí da sala de cinema, também vai fazer as delícias de todas as 'nabas' que nunca viram a série.
E cá fica o tributo dos S.P.O.C.K.* ao rezingão Leonard Horatio 'Damn it, Jim! I'm a doctor!' McCoy.


(«Dr. McCoy»,do álbum S.P.O.C.K.:1999)

*S.P.O.C.K. ou Star Pilot on Channel K (em 1989, a Paramount comunicou a esta banda sueca que tinham que largar uns cobres valentes se tirassem os pontinhos do nome).