Um jantar sem receios


O restaurante alentejano era defronte de uma casa de strip (que até o álcool me ter tornado mais lúcida tomei por um restaurante chinês com uma balouçante lâmpada vermelha à porta). Mas as redondezas eram respeitáveis e seguras e, como P. me relembrou várias vezes com uma garrafa de champanhe na mão, «Este estabelecimento está ligado à Prosegur!» Não havia nada a temer... só a hiperglicémia à conta de tanto pudim de ovos e sericaia.
Na mesma rua, o bar do deus do vinho prometia raggae e fank e era à prova de ASAE. Deviam ter medo de esbarrar nas senhoras decotadas e de sorriso fora do prazo. Uma mesa à porta s.f.f.!!, era o pensamento em pop up da E. Quais bolas de pinball projectadas por dançantes casalinhos-elástico, desencantámos uma mesa e lá nos sentámos, apesar do perigo de rusga policial iminente. Depois, foi a vez de a empregada loura nos tranquilizar. Lista de bebidas? «Havia várias mas foram roubadas.» Fora um roubo selectivo pois os cachecóis da Fiorentina e do Paços de Ferreira pespegados nas paredes tinham aparentemente resistido à pilhagem. Entre coreografias hilariantemente epilépticas que faziam doer as cruzes só de as ver e que arrancariam mais risadas que capas de álbuns do Marco Paulo, as conversas eram entrecortadas pelo cançonetista brasileiro de voz tão cristalina como um copo mal lavado.
Por fim, uma desculpa que pode vir a ser-vos útil:
- Porque é que não danças?
- Por causa da lesão no joelho. Dos tempos em que jogava hóquei.


(Foi assim que me safei dos Gipsy Kings. Ufa!)

P.S: Nunca fiando... este blogue também está ligado à central de alarmes da Prosegur.

2 Responses so far.

  1. Anónimo says:

    Oh, que pena :( Parece-me que perdi a melhor parte...

  2. Não sei, Rita. Estamos em crer que afinal era um bar de alterne. Espero que a minha mãezinha nunca venha a saber por onde andei.