Se eu tivesse uma Hattori Hanzo...



Ontem revi o Kill Bill - vol. 1, uma das melhores experiências cinematográficas dos últimos anos. É um filme para comer à colherada, para rever trinta vezes, etc. etc. Eu podia derreter-me em elogios mas depois quem é que limpava o chão da lavandaria? Não era um espectáculo lá muito bonito. Enfim... gosto do filme. Bastante. Das extraordinárias coreografias de pancada à fabulosa sequência de anime, passando pelas linhas memoráveis e pelos rastos de sangue na neve, os amarelos e os vermelhos... tudo é perfeito! E como um post sobre este filme merece uma fatia da banda sonora... aí têm a Nancy Sinatra.
Ora, ontem cheguei a uma conclusão. QUERO TER UMA HATTORI HANZO! E porquê? Se tivesse uma a minha vida era muito mais simples. Ir a entrevistas de emprego, pedir um aumento, esquartejar testemunhas de Jeová, arrancar uma reacção a um vizinho sisudo no elevador... tudo se resolvia num ápice. Se, tal como eu, estiverem a considerar esta ideia, acreditem que os efeitos serão imediatos. Em primeiro lugar, nunca deixem a vossa HH em casa. Levem-na para todo o lado, especialmente para compromissos entediantes. Costumam esperar muito tempo no consultório do dentista? Digam à recepcionista que vão buscar 'uma coisa' ao carro e poisem-na estrategicamente no balcão. Na sala de espera, sorriam delicadamente e nunca se separem dela. Se a intrometida octogenária que espera pela sua nova placa vos fizer perguntas, digam-lhe que é uma prenda da multinacional japonesa onde trabalham. «Qual é o ramo? Branqueamento e lavagem.» Sejam vagos. Desiludam-na no preciso instante em que virem o seu olhar embevecido e os dígitos do preço da nova máquina de lavar nos seus olhinhos míopes. «Não pode fazer uma atençãozinha?», pergunta-vos a idosa. É claro que podiam mas «a Yakuza não vende electrodomésticos». Recomendem-lhe a Mitsubishi e a Tensai. Encantem os mais pequenos com as lindas e comoventes histórias sangrentas do vosso dia-a-dia laboral, em especial o episódio em que perderam o dedo mindinho do pé esquerdo. Não calcem sandálias nesse dia. No que toca a efeitos mais dramáticos, uma pequena mancha de topping de morango na camisa e umas pingas no canto da boca conquistam a pequenada cheia de cáries.
Uma última ideia que é um verdadeiro golpe de mestre: dêem boleia aos colegas de trabalho. Perante os seus olhares atónitos (certifiquem-se de que deixam uns centímetros de lâmina à vista), digam com um ar casual: «Ponham isso na chapeleira senão não se conseguem sentar!» Este pequeno incidente garante-vos a pole position matinal na máquina de café e os tais colegas vão passar a ter uma estima por vocês que é proporcional ao número de borras nos seus copinhos de plástico. O café não deixa de ser intragável mas o caso engrossará a vossa auto-estima, até então mais líquida do que o café aguado. Especialmente se o boato se espalhar! Agora pergunto eu... de que é que estão à espera para comprar uma Hattori Hanzo?



2 Responses so far.

  1. Este também é um dos meus filmes favoritos.
    Venha de lá essa Hattori Hanzo!
    Vai dar jeito, vai...

  2. moya says:

    epá andavas violenta...
    lol