Ando a ler A Mão Direita do Diabo de Dennis Mcshade (a.k.a. Dinis Machado), um livro cujo protagonista é Peter Maynard, um detective que bebe leite porque tem uma úlcera e é certamente primo (muito) afastado de Sam Spade e Philip Marlowe. Ora, nas entrelinhas, lá me lembro volta e meia da música que se segue. Há meses quis 'recitá-la' e já não me lembrava do início. Os amigos agradeceram a Deus e engoliram em seco o refrão... Para a próxima pago-lhes um moscatel. Se estiverem suficientemente bêbados talvez até cantemos em coro agora que deixo aqui a letra...

«É engraçado como por vezes os encadeamentos lógicos de acções por vezes banais atingem proporções gigantescas. A cidade acordava lentamente. A minha secretária trazia-me o Correio da Manhã. Pousei a beata num cinzeiro infecto feito de velhas botas freaks e limpei a minha Magnum 45. [ruído de bala] Uma bala fugiu acidentalmente penetrando no corpo tenro e jovem da minha secretária. Saí à rua em busca do velho Deus Whisky. A humidade nocturna lembrava-me o corpo lânguido de Jennifer. À porta de um velho bar pós-modernista, uma porteira nova, aparentemente nao me conhecia «- Só para clientes habituais.» Voltei para Chelas. A mágoa funda no meu coração. Um dia hei-de conseguir...
Eu quero ir ao Frágil 6ª Feira
Quero ser amigo da porteira
Quero vir nas capas das revistas
Quero andar nos copos com os artistas
Não quero mais viver em Chelas e ir à Costa no Verão
Quero um andar no Bairro Alto e uma Quinta em Azeitão
Quero ser um estilista pós moderno
Inventar a moda Verão/Inverno
Quero ter um Lincoln dos antigos
P'ra fazer inveja aos meus amigos
Quero um emprego compatível com a minha posição
O que me vale é um padrinho que tenho na Fundação
Quero subir à Primeira,

Quero subir à Primeira Divisão
da Vida Social... »