Sinopse: Era uma vez um país. Um país onde uma maquiavélica empresa de electricidade e um governo corrupto queriam aniquilar uma remota região do interior. Em vez de recorrerem ao orçamento da defesa, bastou-lhes tentar por todos os meios encerrar a linha de comboio que unia as várias povoações hostis.
O foco de resistência nativa é um tal café Lucky Luke. E também homens como o Sr. Abílio, que gostava de voltar a ver comboios e que tem nos seus rafeiros amigos mais fiéis do que o seu autarca, que afirma publicamente que ninguém está a favor da linha. Velhotas, indignadas por já não poderem comprar esses artigos de luxo que dão pelo nome de comida e medicamentos, que planeiam «botar uma bomba lá nos que mandam» e jovens agricultores, que receiam ter de mudar de vida porque gente que assina decretos assim o entende.

Algumas notas sobre o elenco: Os actores estreantes José Sócrates e António Mexia (pela primeira vez com direito a nome no genérico, a par do Sr. Abílio e do dono do café Lucky Luke), os vilões da Brigada do Betão, esmeraram-se na composição das personagens. Nota-se que houve muito trabalho de actor e que só muito esforço e aulas de conservatório os fariam dizer com tanta naturalidade «Só falta ali é cimento!» ou «Isto de qualquer forma já está meio deserto.» Acreditamos que têm promissoras carreiras cinematográficas e julgamos já ter visto o teaser do próximo filme do Sr. Mexia, Objectivos Superados, desta vez no papel de super-herói cuja frase de marca sempre que aniquila gente indesejável é: «Sintam a Minha Energia».

O desfecho é triste e previsível. Mas felizmente, é só um filme, certo?